Um momento especial




“Pedaços de vida e fantasia”



Há momentos assim, em que o amor pelas palavras fala mais alto. Sentimos, deste jeito, este seu manto de “pedaços de vida e fantasia” ...
Segredos que connosco partilha, quando o peso das palavras é enorme e soltá-las é ao mesmo tempo, um castigo e um desejo.

A memória essa, é como o próprio nos confidencia, o seu “maior destino”.

Voltando a “ lugares de outros tempos”, a foz do seu imaginário, estendia-se lá longe, onde o Mondego abraça o mar imenso. Aí, o sonho de menino, no desejo puro de criança, extasiado se perdia ao sabor do vaivém das ondas, que um dia sonhava conhecer.

Envolvido pelo cheiro do sol e das amoras, palmilhava os caminhos da sua aldeia, entre os aromas que serviam de fonte de inspiração ao mundo de palavras que já na altura teimava em guardar no seu imaginário.

Mas o menino cresceu e deixou para trás o aroma de montes e vales, partindo à descoberta de outras terras, que os seus “companheiros”, lhe davam a conhecer, através de cada parágrafo e de cada página, que lia e relia vezes sem conta, cada uma delas como se fosse a primeira vez ...

Lá longe rodeado pelo imenso mar que o inspira, cujas águas surgem ora revoltas ora tranquilas, vai “juntando as letras” unindo as memórias com o presente, despindo-se dessa forma de murmúrios e protestos, onde a dor ironiza os sonhos outrora bordados em mantos de azul ...

Ansiando por cânticos sedutores deixa que a paixão o contagie adivinhando um novo amor entre rosas e frutos de dúbio sabor. Jardineiro do seu próprio recanto, aprimora o amor por entre os espinhos, confidenciando em páginas prateadas, momentos e retalhos de cúmplices vidas.

A sua caminhada faz-se descobrindo auroras de incerteza entre o silêncio da noite que ainda repousa e a frescura da manhã que promete um novo dia. Aí se debate na utopia que teima em o perseguir. É aí que busca o alimento para materializar a ideia em palavras, concebendo um poema, uma frase ou um simples pensamento.

Quando sente nas suas palavras controvérsia e azedia , esforça-se por as fazer repousar na alma até que outras envoltas em paz e tranquilidade as substituam. E quando isso acontece, na sua essência, as palavras ganham um novo colorido.

... ainda que envolvidas pela sua particular irreverência!

É assim tudo o que cria : um misto de paixão, de dor, de ilusão, de erros e sabedoria, de combates com algumas vitórias e outras tantas derrotas, de queixumes e alegrias, assim é o António que na prosa que apresenta nos deleita com a sua melhor poesia.



Coimbra, 2 de Maio de 2009

*****

Foi uma honra muito grande poder partilhar contigo este momento. Amigo, mereces muito mais do que estas palavras, mas que as mesmas sirvam para te demonstrar a admiração que sinto por ti. E que continues, como tens feito, a trilhar os caminhos que te levam à realização do teu mais belo sonho.

Até sempre.

Comments

Maria said…
Gostava de ter escrito algo parecido no dia 1, mas não tenho capacidade para tão bonitas palavras.
O António é uma pessoa muito especial.

Obrigada.
Um abraço
escarlate.due said…
:)
(este sorriso é tudo o que me ocorre...)

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