momentos assim...

soubera a notícia pelo telefone ... na altura o mundo inteiro deixou de interessar.
havia que agir rápido, cada dia que passava a decisão se tornaria mais dificíl...fez alguns telefonemas a amigos chegados, se sabiam de alguém...tudo novo para si, teria que ter mais cuidado que habitualmente.desta vez um passo em falso poderia ter consequências mais graves.afinal tratava-se de alguém muito próximo quase uma criança ainda e que lhe era muito querida.tinha o dever de ajudar.consegui um telefone, ligou e contou o sucedido.sim o doutor faz mas tem que vir já e não aceitamos cheques, só dinheiro.quanto? 100 contos.marcou!
e foram. fizeram os 100 quilómetros em silêncio.entraram numa sala onde gente nova e velha aguardava como habitualmente a sua consulta. pediram para falar com a senhora X. pouco depois apareceu e levou-as para uma sala ao fundo , longe das outras...
a amiga começou a sentir medo, agarrou-lhe a mão, pediu para não a deixar só.... a "enfermeira avisou "não quero barulho, se te portas mal o médico não te faz nada". calma dizia-lhe a amiga, tudo vai correr pelo melhor...
entraram na sala mandaram-na despir e deitar.foi tudo muito rápido e os pormenores não interessam, não podem interessar, foram esquecidos dentro dessa mesma sala...a amiga desmaiou e esqueceu o que viu. melhor assim pois hoje não lembra o dia que nunca aconteceu!
a viagem de regresso foi feita sem uma palavra,apenas o silêncio, o mais absoluto dos silêncios...porque há momentos assim em que as palavras não contam para nada!

Comments

antónio paiva said…
...............

para nada!

mesmo!!!


...............


Beijo e noite serena
Luís said…
"apenas o silêncio, o mais absoluto dos silêncios..."

como o que reina naquele caixote do lixo onde onde jazem os restos da criança que não é.

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